sexta-feira, agosto 25, 2006

Acordares...

Não é a primeira vez que escrevo sobre o nascer do sol. Espero que não seja a última. É que há momentos pelos quais vale a pena o sacrifício.

Mais uma vez nos escuteiros. Por muitos nasceres do sol que se vivam, são sempre diferentes. Se antes tive a sensação de que era eu a dar o "bom dia" ao dia, desta vez era mesmo a minha obrigação. Dizer o "bom dia alegria!" aos 20 exploradores ensonados e muito pachorrentos que dormiam muito serenamente em Monsanto.
Já tínhamos feito o mesmo o ano passado, acordar cedo, ver o nascer do sol...e caminhar. É o melhor dia! É o melhor do dia! Até é mais fácil o despertar nestes dias.

E depois as cores são diferentes, os cheiros são diferentes, e, em Agosto, as temperaturas são diferentes. A paisagem ajuda, o entusiasmo deles também...

É bom acordar assim!

(desta vez fica a foto para marcar o momento)

segunda-feira, agosto 21, 2006

O meu querido Amigo "Fibonacci"

Encontrei esta cartaz, de um amigo...



Já sabe quem é o Professor José Paulo Viana?

O Professor José Paulo Viana é professor de Matemática numa escola secundária de Lisboa.
Entusiasta das matemáticas recreativas e autor da secção semanal “Desafios” no jornal Público, tem sido um excelente divulgador de Matemática através de conferências e sessões em escolas, quer para alunos, quer para professores. A ESEIG tem agora o privilégio de receber o seu memorável espectáculo de Magia.
O Professor José Paulo Viana é, ainda, dinamizador de cursos de formação de professores nas áreas de probabilidades, da resolução de problemas e da utilização das tecnologias gráficas, bem como autor de vários manuais escolares.
Quem tem o privilégio de contactar com ele apercebe-se que o Professor é uma pessoa admirável. A presença dele na ESEIG será, certamente, mágica!


Este reencontro fez-me lembrar as minhas aulas de matemática com o Professor Zé Paulo. A energia com que percorria as carteiras para tirar dúvidas e para aguçar o nosso instinto com os números. As saudades que tenho dos "números da semana" (jogo parecido com o 1º da auto-estrada). As aulas, ou encontros em que se perdia em nos mostrar as suas habilidades com as cartas, pura magia. Ensinava, com o olhar, a brincar com os números, a torná-los parceiros. Foi o primeiro professor a dizer à minha mãe: "- João Filipe?...Ah! o Jofê! Não tenho nada a dizer. " Também terá sido o último. :)

Lembro-me ainda dos jogos de futebol que fez connosco, era guarda-redes. Nunca soube muito bem qual era a sua idade, nem hoje, mas parece ser mais uma qualidade deste senhor que domina os números. No final do secundário, mesmo não sendo nosso professor, levou-nos ao Gerês, terra que ele visita, ou visitava, com frequência.

É das melhores lembranças que tenho do secundário. A cara com um sorriso, a mala cheia de máquinas de calcular, sempre com as novidades...o cabelo e a barba que se foram adaptando à idade...o meu querido amigo "Fibonacci".

Lá terei de ir fazer uma visita à secundária Vergílio Ferreira, matar as saudades.

Os jogos do meu professor.

Engarrafamentos e auto-estradas


Num engarrafamento, por exemplo, não custa nada jogar com as matrículas dos automóveis que vão estando parados imediatamente à frente. Objectivo: com os algarismos da matrícula que está à frente e as quatro operações elementares obter o resultado 24. São os miúdos (e os graúdos) que têm de descobrir que operações têm de fazer. Por exemplo, supondo que a matrícula é 74-45-MN, uma das hipóteses é: 7 menos 5 dá 2; 2 mais 4 são 6; 6 vezes 4 são 24. Todos os números têm de ser usados, mas uma única vez.

José Paulo Viana também sabe outro para a auto-estrada. Cada pessoa escolhe dois totais possíveis. "Quando um carro nos ultrapassa ou ultrapassamos algum, somam-se os dois algarismos de cada par da matrícula". Mais uma vez, se a matrícula for 74-45-MN, essa soma daria 11 (7+4) e 9 (4+5). Quem tivesse escolhido o resultado 9 ou 11 marcaria um ponto quando o carro passasse. Ganha quem chegar primeiro aos 10 pontos. "Este jogo faz com que as auto-estradas sejam mais rápidas. O entusiasmo é normalmente grande."

Se for feito com alguma regularidade, assegura o professor, o primeiros destes dois jogos "desenvolve muito o cálculo mental". O segundo pode ser jogado pelos mais pequenos, já que a única operação é a soma. "Como nem todos os totais têm a mesma probabilidade de aparecer, eles começam a aperceber-se rapidamente de que há uns melhores do que outros. Sem ouvirem sequer a palavra 'probabilidade', começam a adquirir essa noção intuitivamente."

Quando se sai de casa com um determinado destino, pode também ver-se o número marcado no conta-quilómetros do automóvel. Depois, cada um dos ocupantes aposta quantos quilómetros estarão registados no final da viagem, o que implica sempre fazer uma estimativa dos quilómetros do percurso e uma soma. Ganha quem se aproximar mais do total certo.

Outro exercício para desenvolver a questão das estimativas, "que é sempre uma capacidade muito importante", pode ser feito quando se vai com os miúdos e se faz uma despesa. Antes de pagar, cada um faz uma estimativa de quanto vai ser a conta e ganha quem mais se aproximar. Habituar os miúdos a ler e interpretar mapas, horários e tabelas é também uma prática que José Paulo Viana considera altamente recomendável. "Os mapas, por exemplo, obrigam-nos a relacionar muito as coisas". Onde está Lisboa e onde está Évora? Qual é o melhor caminho a seguir se se quiser ir de uma para outra? Que distância vai ser percorrida? Os horários, por seu turno, obrigam-nos a "olhar para aquilo e perceber o que ali está". Ajudam a "desenvolver uma grande capacidade de relacionar variáveis que são fundamentais na Matemática", diz ainda.