sexta-feira, dezembro 07, 2007

Eles estão doidos!

Li o texto que se segue e fiquei sem reacção.

Sou a favor da modernização, da eficiência energética, da qualidade, etc, etc. Mas não consigo deixar de pensar no rigor cego de tantas normas e leis que, a meu ver, servem apenas o interesse de alguns. Qual saúde do consumidor!

É certo que temos um atraso tecnológico, económico e de ideais em relação a outros países europeus, mas será que é assim que vamos lá? Será que é passando à frente da educação, da cultura ou da formação? Mais uma vez, chega a tecnologia, avançada...de ponta. Será que estamos, como país, preparados para a usar. Não seria melhor recuperar o tempo perdido investindo na educação e na instrução de todos? Não seria melhor qualificar antes as Pessoas em vez dos bens que consumimos, produzimos e "qualificamos"?

Como diz a cultura popular, "estão a pôr a carroça à frente dos bois".

Por António Barreto
in «Retrato da Semana» - «Público» de 25 de Novembro de 2007

A MEIA DÚZIA DE LAVRADORES que comercializam directamente os seus produtos e que sobreviveram aos centros comerciais ou às grandes superfícies vai agora ser eliminada sumariamente. Os proprietários de restaurantes caseiros que sobram, e vivem no mesmo prédio em que trabalham, preparam-se, depois da chegada da "fast food", para fechar portas e mudar de vida. Os cozinheiros que faziam a domicílio pratos e "petiscos", a fim de os vender no café ao lado e que resistiram a toneladas de batatas fritas e de gordura reciclada, podem rezar as últimas orações. Todos os que cozinhavam em casa e forneciam diariamente, aos cafés e restaurantes do bairro, sopas, doces, compotas, rissóis e croquetes, podem sonhar com outros negócios. Os artesãos que comercializam produtos confeccionados à sua maneira vão ser liquidados.


A SOLUÇÃO FINAL vem aí. Com a lei, as políticas, as polícias, os inspectores, os fiscais, a imprensa e a televisão. Ninguém, deste velho mundo, sobrará. Quem não quer funcionar como uma empresa, quem não usa os computadores tão generosamente distribuídos pelo país, quem não aceita as receitas harmonizadas, quem recusa fornecer-se de produtos e matérias-primas industriais e quem não quer ser igual a toda a gente está condenado. Estes exércitos de liquidação são
poderosíssimos: têm Estado-maior em Bruxelas e regulam-se pelas directivas europeias elaboradas pelos mais qualificados cientistas do mundo; organizam-se no governo nacional, sob tutela carismática do Ministro da Economia e da Inovação, Manuel Pinho; e agem através do pessoal da ASAE, a organização mais falada e odiada do país, mas certamente a mais amada pelas multinacionais da gordura, pelo cartel da ração e pelos impérios do açúcar.


EM FRENTE À FACULDADE onde dou aulas, há dois ou três cafés onde os estudantes, nos intervalos, bebem uns copos, conversam, namoram e jogam às cartas ou ao dominó. Acabou! É proibido jogar!


Nas esplanadas, a partir de Janeiro, é proibido beber café em chávenas de louça, ou vinho, águas, refrigerantes e cerveja em copos de vidro.
Tem de ser em copos de plástico.


Vender, nas praias ou nas romarias, bolas de Berlim ou pastéis de nata que não sejam industriais e embalados? Proibido.


Nas feiras e nos mercados, tanto em Lisboa e Porto, como em Vinhais ou Estremoz, os exércitos dos zeladores da nossa saúde e da nossa virtude fazem razias semanais e levam tudo quanto é artesanal: azeitonas, queijos, compotas, pão e enchidos.


Na província, um restaurante artesanal é gerido por uma família que tem, ao lado, a sua horta, donde retira produtos como alfaces, feijão verde, coentros, galinhas e ovos? Acabou. É proibido.
Embrulhar castanhas assadas em papel de jornal? Proibido.


Trazer da terra, na estação, cerejas e morangos? Proibido.


Usar, na mesa do restaurante, um galheteiro para o azeite e o vinagre é proibido. Tem de ser garrafas especialmente preparadas.


Vender, no seu restaurante, produtos da sua quinta, azeite e azeitonas, alfaces e tomate, ovos e queijos, acabou. Está proibido.


Comprar um bolo-rei com fava e brinde porque os miúdos acham graça?
Acabou. É proibido.


Ir a casa buscar duas folhas de alface, um prato de sopa e umas fatias de fiambre para servir uma refeição ligeira a um cliente apressado?
Proibido.


Vender bolos, empadas, rissóis, merendas e croquetes caseiros é proibido. Só industriais.


É proibido ter pão congelado para uma emergência: só em arcas especiais e com fornos de descongelação especiais, aliás caríssimos.


Servir areias, biscoitos, queijinhos de amêndoa e brigadeiros feitos pela vizinha, uma excelente cozinheira que faz isto há trinta anos?
Proibido.


AS REGRAS, cujo não cumprimento leva a multas pesadas e ao encerramento do estabelecimento, são tantas que centenas de páginas não chegam para as descrever.


Nas prateleiras, diante das garrafas de Coca-Cola e de vinho tinto tem de haver etiquetas a dizer Coca-Cola e vinho tinto.


Na cozinha, tem de haver uma faca de cor diferente para cada género.


Não pode haver cruzamento de circuitos e de géneros: não se pode cortar cebola na mesma mesa em que se fazem tostas mistas.


No frigorífico, tem de haver sempre uma caixa com uma etiqueta "produto não válido", mesmo que esteja vazia.


Cada vez que se corta uma fatia de fiambre ou de queijo para uma sanduíche, tem de se colar uma etiqueta e inscrever a data e a hora dessa operação.


Não se pode guardar pão para, ao fim de vários dias, fazer torradas ou açorda.


Aproveitar outras sobras para confeccionar rissóis ou croquetes? Proibido.


Flores naturais nas mesas ou no balcão? Proibido. Têm de ser de plástico, papel ou tecido.


Torneiras de abrir e fechar à mão, como sempre se fizeram? Proibido.
As torneiras nas cozinhas devem ser de abrir ao pé, ao cotovelo ou com célula fotoeléctrica.


As temperaturas do ambiente, no café, têm de ser medidas duas vezes por dia e devidamente registadas.


As temperaturas dos frigoríficos e das arcas têm de ser medidas três vezes por dia, registadas em folhas especiais e assinadas pelo funcionário certificado.


Usar colheres de pau para cozinhar, tratar da sopa ou dos fritos?
Proibido. Tem de ser de plástico ou de aço.


Cortar tomate, couve, batata e outros legumes? Sim, pode ser. Desde que seja com facas de cores diferentes, em locais apropriados das mesas e das bancas, tendo o cuidado de fazer sempre uma etiqueta com a data e a hora do corte.


O dono do restaurante vai de vez em quando abastecer-se aos mercados e leva o seu próprio carro para transportar uns queijos, uns pacotes de leite e uns ovos? Proibido. Tem de ser em carros refrigerados.


TUDO ISTO, como é evidente, para nosso bem. Para proteger a nossa saúde. Para modernizar a economia. Para apostar no futuro. Para estarmos na linha da frente. E não tenhamos dúvidas: um dia destes, as brigadas vêm, com estas regras, fiscalizar e ordenar as nossas casas.
Para nosso bem, pois claro.

sexta-feira, novembro 16, 2007

Andy McKee - Rylynn

A internet tem destas coisas. Aqui toda a gente tem a sua oportunidade. A música passa, os vídeos passam, sem intermediários.

Do muito que já ouvi e vi no Youtube e Myspace, fica aqui um guitarrista,

Andy McKee - Rylynn


quarta-feira, outubro 24, 2007

Do Oriente...

Mais um vôo, desta vez pelo Oriente. O mais engraçado é que o que gostei mais foi...Amesterdão. Devem ser os vícios Ocidentais, apesar da comercial e moderna Singapura. Mas Amesterdão há de ficar para outra altura.

Do início...

Kuala Lumpur:
Cidade de crescimento rápido. Arranha céus que crescem aos pares, trios, desde que cresçam...e alto. Confusa, de trânsito.
Conselho, quando chegarem de avião, vão de autocarro ou de comboio para a cidade (50Km). "Fujam" aos táxis. Tempo quente e húmido. Se não forem daquelas pessoas que se esquece sempre do chapéu de chuva...usem-no. Para a chuva...e para o sol.

Duas fotos:
O pior gelado de sempre...(levava charope, milho, amendoim e feijão!!!)












As Petronas














Singapura:
A "suiça" do oriente. Aqui começo pelo conselho. Ir de comboio desde Kuala Lumpur...naaa.
Moderna, Organizada, Ocidental, Segura, Limpa, Limpa, Limpa. Tem de tudo, edifícios altos empresariais, centros de cultura, centros comerciais (há uma avenida só disto!!!), bairros históricos, noite. Tempo quente e húmido. Se não forem daquelas pessoas que se esquece sempre do chapéu de chuva...usem-no. Para a chuva...e para o sol.

as fotos:

a cidade empresarial ao fundo.










a Esplanade, e as luzes da cidade.










Chinatown.










Siem Reap - Angkor Wat:
Esta era a incógnita da viagem. A expectativa estava guardada para a zona dos templos, uma das novas 7 maravilhas do mundo. Imaginámos o resto pobre e era assim que líamos nos guias. Alguns eram assustadores. Falavam de um povo pedinte, que não nos largava. O pior de tudo, foram os primeiros minutos em Siem Reap. Na chegada, de tão grande que era o aeroporto, fomos a pé do avião para as "chegadas".
Entrámos, serviço de taxi, e a caminho da cidade que fica a uns 7 km. O Caos! Uma estrada larga, de dois sentidos, com uma faixa para cada (imaginamos nós). Na verdade, tudo andava nesta estrada, desde que houvesse espaço. Motas...mil. Carros e carrinhas de caixa aberta carregadas de materiais, de pessoas e de materiais e pessoas (assustador). Para culminar esta curta viagem até ao hotel (20 min) alguém nos bateu por trás, no meio daquela confusão.
O que vos posso dizer é que a primeira impressão é mesmo só para assustar. Não conhecemos povo mais simpático, mais sorridente e mais prestável do que estes cambodjanos. À excepção, estranha, do pessoal do aeroporto, quase todos falavam inglês, novos e velhos.
A cidade está ainda subdesenvolvida, com um saneamento básico...muito básico. Encontrámos dois semáforos na cidade, e nem sempre eram respeitados. Tinha lojas e restaurantes para ocidentais, mas o mercado local é que era! O melhor gelado que comi foi aqui. Dá para ver um turismo em expansão. Dou dois ou três anos para que esta cidade seja um polo turístico, em condições.
Dos templos, optámos por uma visita de um dia. E para quem não é entendido nem leva um guia, chega e sobra. Impressiona pela dimensão em área, pela grandeza de alguns dos templos, pelos pormenores noutros, pelas vidas que vivem ao redor, etc.
No dia em que chegámos fomos a uma vila típica, no Tonlé Sap (lago gigantesco). É uma vila de casas flutuantes, nada turístico, apenas sociológico. Impressionou-me mais a dimensão das objectivas dos novos turistas orientais a tentarem captar tudo e todos.
Sim, Tempo quente e húmido....mas deixem lá o chapéu de chuva, é melhor ter a máquina à mão.

Fotos:
Tonlé Sap, a vila flutuante.










A rua dos bares e restaurantes...ocidentais.










Bayon.










Ta Prohm

Angkor Wat

P.S.- desculpem a demora, mas acho que nem eu vi as fotos todas.

Cheirou a chuva...

Foi breve, mas deu para sentir o cheiro a chuva. Agora, na altura certa.

Chama o Outono, chama a roupa quente dos dias frios, chama os filmes em casa, o chocolate quente...

"Vai mas é trabalhar!"..
Oops, Entretanto o Sol apareceu. Ficou o cheiro.

quarta-feira, setembro 26, 2007

Aquecem-se as asas...

Breve. São poucos os dias que nos separam do Oriente. Fizeram-se planos, marcaram-se viagens, hotéis. Até tirei o passaporte. Uma vacinazita, uns comprimidos. Prevenção qb. Afinal, não é nada do outro mundo, é apenas do outro lado deste.

Penso que nos espera calor e chuva, chuva forte e passageira (chamam-lhe T-storms, abreviatura para thunderstoroms.) No princípio pensámos que ía ser tempo a mais em cada sítio, mas começo a achar que nunca dá. Sou daquelas corujas que depois dos vôos gosta de ficar para conhecer. Assim parece que só vamos lá, tiramos a foto (com a bandeira portuguesa) e voltamos orgulhosos. Muito ou pouco, não trocava por outra viagem...é a nossa! Vamos ao sprint pelas ruas, como em Paris, de mochila às costas. Aproveitar ao máximo cada rua, cada cantinho que conseguirmos tornar nosso.

Kuala Lumpur

Singapura

Angkor Wat - Camboja


Abrir as asas...

quarta-feira, setembro 19, 2007

sexta-feira, setembro 14, 2007

Arrepio

Lembro-me de quando os sonhos eram impossíveis, mesmo com as bolas redondas. Agora, quando as exigências são outras, parecemos falhar de novo, fazer contas de novo. Acho que fomos talhados para o difícil, para realizar sonhos impossíveis.




Emoção de volta ao ouvir o hino. Podíamos ser sempre assim... Orgulhosos, a crescer, sempre, mas orgulhosos.

quarta-feira, setembro 05, 2007

Quando os horizontes ficam mais largos

A mochila pesa, bem mais do que de manhã e os meus pés fervilham dentro das botas. Preciso de as descalçar o mais depressa possível. Olho em frente, a subida parece que não para nunca, infinita, para além das nuvens. Não é nada encorajador e à volta, salvo algumas excepções, estão todos na mesma situação. Respiração ofegante, corações a bater forte e o rosto cansado. Pára-se para mais um golo de água, umas dentadas nas barritas energéticas…e mais um esforço. “Tem de ser”, dizem. Tem mesmo? Não podemos simplesmente ficar por aqui e esperar? Parece que não, o descanso fica do outro lado, o objectivo também, e são duas coisas a que queremos chegar.

Alguém começa a cantar…está na hora. Mochilas de novo nas costas, as pernas esticam-se, um último suspiro…é desta!

Querer chegar sempre mais longe, mais alto, fazer mais difícil, ser melhor…às vezes não percebo porquê. Podíamos simplesmente ficar na sede a estreitar os laços de grupo, mas ninguém propõe isso. Sinceramente…ainda bem. Gosto de ser diferente, de correr riscos, de fazer uma actividade arrojada, onde testamos os nossos limites. Aqui não há conforto, camas com colchões ortopédicos, ar condicionado, televisão, Internet, etc. Não há nada daquilo que mais estamos habituados a usar no nosso dia-a-dia. O mais curioso é que não me lembro de serem essas as nossas “queixas”. No fim, sobra sempre para o cansaço, para as subidas, para o andamento rápido de alguns, nunca para a falta de conforto.

Já vejo uns com duas mochilas e outros sem nenhuma. É estranho este altruísmo. Porque é que não se pode deixar ninguém para trás? E que espírito é este que nos faz despender um esforço extra para ajudar os outros a chegar ao fim connosco? Entretanto já passámos as nuvens, olho de novo para o topo e parece que tem fim, e está ao nosso alcance. Este novo vislumbre faz disparar os comentários…”Boa! Estamos quase…”, “O quê, ainda tenho de subir isto tudo? E depois descer? Ahhhh!”, “ Não sejas piegas.”, “’Bora lá malta!!!”.

No princípio os sorrisos são uma característica geral. É de todos. Todos cantam, todos têm piadas para contar. Com o passar do tempo e o pesar do caminho, tudo se vai dissuadindo, lentamente, até que os comentários passam a ser apenas sons imperceptíveis e sem tradução. Um passo depois do outro, olhos fixos nos pés, até conhecer os nós dos atacadores, os golpes nas pernas, até ficar a saber exactamente o ritmo das passadas…um pé, o outro pé, um pé, o outro pé. Compassos perfeitos. Parece que apenas isso nos faz andar e seguir…ir seguindo. Um pé depois do outro.

Apercebi-me de que uns pararam um pouco mais à frente. Esperam…

Era o topo. Tínhamos chegado. Esperávamos por todos, não consigo explicar porquê, mas são momentos que fazem mais sentido em grupo, ou pelo menos são engrandecidos por estarmos juntos. No fim de contas, é mais difícil, em grupo, mas parados aqui em cima, faz muito mais sentido que seja assim. Não importa já o caminho que ainda falta, o cansaço acumulado, as dores nas pernas ou os pés a arder. Não importa o banho quente e os lençóis lavados lá de casa. Não importa mais nada. Chegámos! Isso basta. Guardam-se estes momentos breves na caixinha da memória, onde há sempre espaço. Caixinha sem fundo, fica aqui, ao pé da subida de rio e do raide de bicicletas.

Logo à noite vai haver festa, e descanso. Vão haver abraços e canções. Vai haver quem dance, quem se ria até não poder mais.

É curioso aquilo que se consegue ver do cume de uma montanha. Depois de se ultrapassarem os obstáculos tudo fica mais claro, os horizontes ficam mais largos e voltam as forças e a imaginação para pensar…da próxima vez…

segunda-feira, julho 23, 2007

Posto de Escuta

Acompanha-me em cada viagem de carro. Apelidei-os de "grunge em português brasileiro". Gosto, gosto, gosto!

Los Hermanos - Vencedor




O VENCEDOR (Marcelo Camelo)

Olha lá quem vem do lado oposto
e vem sem gosto de viver
Olha lá que os bravos são escravos
sãos e salvos de sofrer
Olha lá quem acha que perder
é ser menor na vida
Olha lá quem sempre quer vitória
e perde a glória de chorar

Eu que já não quero mais ser um vencedor,
levo a vida devagar pra não faltar amor

Olha você e diz que não
vive a esconder o coração

Não faz isso, amigo
Já se sabe que você
só procura abrigo
mas não deixa ninguém ver
Por que será ?

Eu que já não sou assim
muito de ganhar
junto às mãos ao meu redor
Faço o melhor que sou capaz
só pra viver em paz.

sexta-feira, julho 20, 2007

Referências

Na minha breve passagem pelo Oeiras Alive, para além dos concertos ("do" Concerto) houve mais um acontecimento que me chamou a atenção: A enorme afluência de pré-adolescentes (crianças, portanto). Talvez por ser perto de Lisboa, não sei.

Não sou contra, pelo contrário. O pior é quando são "deixados" nestes mundos, onde não têm limites, regras e, principalmente, referências.

Quando era mais pequeno (não quero, nem vou, ser saudosista. Não é uma questão de gerações) lembro-me de olhar para os mais velhos e..."são grandes". Um dos "maiores" era o meu primo Gonçalo (ainda é). Influenciou-me em muitas coisas. Feliz de mim que as pude escolher. Ele nem um ano mais velho é, e talvez por isso tenha sido mais fácil a identificação. Fica sempre a música e as conversas. A praia e o café (aqui sim saudosismo, a velha "A Canga").

Gonçalo, Oeiras

Ontem ouvia uma conversa entre adolescentes. Vangloriavam-se pelos copos, pelos shots. Arrepia-me por dentro. Agora olho para os mais novos, vício do lenço verde. Sinto-os perdidos. É possível que não estejam, é possível que saibam exactamente o que querem. Viver no limite, desafiar as regras (quais?). Bem sei que também havia jovens assim, sempre houve. Pode ser só impressão minha, mas parece-me cada vez mais generalizado.

Confio-lhes muito, principalmente o futuro deles. Mas não quero que deixem de pensar no presente. Só acho é que podem ter outros desafios. Quero que se matem antes por ser os primeiros a chegar à meta. Quero que se matem para ser os melhores marcadores dos jogos do bairro. Quero que se matem para conquistar as bandeirolas das outras equipas. Quero que se matem para Viver Melhor.

quarta-feira, junho 27, 2007

Paperboy


Estão de volta às nossas ruas, quem é que ainda não reparou neles?
Estão aí, espalhados pelos semáforos, cruzamentos, estações de Metro, todo o lado. Andam apressados por entre as filas de carros, com a esperança de vidros abertos e..."Obrigado (menos um)." Passam as manhãs nisto, e enquanto fazem este slalom lá aparecem os peões a saquear as pilhas de jornais que estão no passeio.
Feliz a hora em que apareceram estes gratuitos informativos, de pouco papel, apenas para informar.
Quem dera que fosse assim de noite, no telejornal. Ficávamos uns minutos num canal enquanto as notícias nos chegavam, em jeito de informação e não de opinião. Em vez da habitual 1h30 de "notícias" passava tudo para uns suficientes 30 minutos. Era bom pelo menos ter essa opção. Ter de novo tempo depois das notícias para conseguir ver um filme, uma série, até a novela.

Que bom que era que os noticiários só pudessem ter um máximo de 45 minutos....

quinta-feira, junho 21, 2007

Em casa

Soube a pouco, a muito pouco. Não sei se foi pela proximidade do anterior, se pelos enormes concertos que deram em Setembro. O que sei é que este concerto em festival, me soube a pouco.

Só que estes senhores não sabem fazer mal (também pode ser que seja de mim e dos velhos viciados em compota). Pode ter sido curto (2 horas), pode ter tido um alinhamento que não trazia nada de novo, um Eddie demasiado contente. A única diferença (evolução), foi mesmo a barba branca do Stone. De resto estava mesmo tudo na mesma (e isso é mau?). "Até para o ano!"

Trouxeram de novo as folhas com texto em português (sim, eu sei que noutros países também falam na língua local). Desta vez o humor estava mesmo em alta.

Bem, quem me ouviu falar do concerto já está farto de ouvir isto.... (mas eu não :D:D)

segunda-feira, junho 04, 2007

O meu 1º Festival

É o primeiro festival a que vou. Sim, sim, sou careta. Não, nunca fui a Paredes de Coura, Zambujeira ou Vilar de Mouros. Nem ao mais recente Rock in Rio.

Tinham de ser eles, de volta, e tão cedo. Habituem-nos mal...

Cá vos espero no final da semana, prontinho para a estreia, e agora sem músicas novas...

sexta-feira, março 09, 2007

Everyday...

Hoje a música mais indicada seria uma especial do mestre Sérgio..."hoje é o primeiro dia..." Aliás, hoje apetecia-me deixar aqui todas as músicas de que gosto, mesmo! A que fica é uma delas...ouvi-a pela primeira vez no tributo do 11 de Setembro. Aquele refrão tão Beatle...tão simples e tão perfeito.

Então...fica assim,

Everyday - Dave Mathews





Pick me up, love!
(Pick me up, love)
Hey, how long, how long, how long (Everyday)
Everyday, ah

Pick me up, oh, from the bottom
Up to the top, love, everyday
Pay no mind to taunts or advances
I take my chances on everyday

Left to right
Up and down, love
I push up love, love everyday
Jump in the mud, oh
Get your hands dirty with
Love it up on everyday

All you need is
All you want is
All you need is love.
All you need is
What you want is
All you need is love.

Everyday
Everyday
Oh, Everyday...

Pick me up, love, from the bottom
Up onto the top, love, everyday
Pay no mind to taunts or advances
I'm gonna take my chances on everyday

Left to right
Up and up and inside out right
Good love fight for everyday
Jump in the mud, mud
Get your hands filthy, love
Give it up, love
Everyday

All you need is
All you want is
All you need is love.
All you need is
What you want is
All you need is love.
Oh...

What you’ve got
Lay it down on me
What you’ve got
Lay it down on me

All you need is
All you want is
All you need is love.
All you need is
What you want is
All you need is love.

Everyday
Everyday
Oh, Everyday...

Pick me up love
Lift me up love
Pick me up love
Everday...

Up from the bottom, everyday
Up to the top love, everyday
Pick me up love
Lift me up love
Pick me up love
Everyday

quinta-feira, março 08, 2007

Evento 13 - Blind Zero



Eles são, sem qualquer dúvida, a minha banda preferida nesta terra. "Não são os Pearl Jam!" Aliás, há muito que se distanciaram desse registo inicial.

Já lá vão 13 anos. Feitos hoje, celebrados de forma diferente e com os fãs.

O Evento 13... 13 concertos em 13 horas em 13 locais diferentes. A saber:

Locais Evento 13

Estes são os locais por onde o camião BZ vai passar. Até lá!

PORTO:

- Asprela (Zona Universitária, Hospital São João)

- Passos Manuel (Coliseu)

- Praça da Liberdade (Câmara Municipal Porto)

- Rotunda da Boavista (Casa da Música)

- Campo Alegre (Zona Universitária)

COIMBRA:

- Baixa de Coimbra

- Praça da República

- Largo Estádio da Académica

- Largo D. Dinis (Universidades)

LISBOA:

- Cais do Oriente

- Terreiro do Paço

- Cais do Sodré

- Praça Luís de Camões

Que façam então uma boa "estrada". Blind, Blind...Zero!

terça-feira, março 06, 2007

Dar o salto...

É assim mesmo!

Custa mas tem de ser. Sabe bem o conforto e a segurança do pé no chão. Sentir a bola bem controlada, ao ritmo da mão. Só que o cesto é lá em cima, e o risco é necessário. Corre-se, confia-se nas vozes que nos guiam, direitinhos para o sucesso. Confia-se nas mãos que nos incentivam se, depois, falharmos, uma e outra vez.
É preciso saltar para os pontos. Arriscar ser Feliz e não esperar que sejam sempre os outros a fazê-lo por nós. Lançar de vez em quando e sair deste seguro chão... Arrisco?

Cresce, agarra bem a bola e deixa-a cair no cesto... de 2 ou 3 pontos... e já agora, com estilo.

sexta-feira, março 02, 2007

Tryo - L'hymne de nos campagnes



Já fiz a minha referência a estes senhores e a esta música em particular.

É um senhor reggae... é sim senhor!

letra aqui

World Wide Suicide



Desde o sismo por terras lusas que esta música me tem acompanhado. Adoro estes senhores. Já é vício, quem me conhecer... sabe bem.

I felt the earth on Monday. It moved beneath my feet
in the form of a morning paper. Laid out for me to see.

Saw his face in a corner picture. I recognized the name.
Could not stop staring at the. Face I'd never see again.

It's a shame to awake in a world of pain
What does it mean when a war has taken over

It's the same everyday in a hell manmade
What can be saved, and who will be left to hold her?

The whole world,... world over.
It's a worldwide suicide.

The whole world,... world over.
It's a worldwide suicide.

Medals on a wooden mantle. Next to a handsome face.
That the president took for granted.
Writing checks that others pay.

And in all the madness. Thought becomes numb and naive.
So much to talk about there's. Nothing for to say.

It's the same everyday and the wave won't break
Tell you to pray, while the devil's on their shoulder

Laying claim to the take our soldiers save
Does not equate, and the truth's already out there

The whole world,... world over.
It's a worldwide suicide.

The whole world,... world over.
It's a worldwide suicide.

Looking in the eyes of the fallen
You got to know there's another, another, another, another
Another way

It's a shame to awake in a world of pain
What does it mean when a war has taken over

It's the same everyday and the wave won't break
Tell you to pray, while the devil's on their shoulder

The whole world,... world over.
It's a worldwide suicide.

The whole world,... world over.
It's a worldwide suicide.