quarta-feira, junho 17, 2009

Popular vs Populismo



Saí segunda-feira do CCB do concerto do Camané com a convicção de que o Fado é cada vez mais do povo. Não de uma classe em especial, mas do povo. O Fado fala das ruas da cidade, dos becos cinzentos, do rio, das tardes quentes, das marchas, de sardinhas e de poetas. Não é erudito, mas na segunda fiquei convicto de que o Fado pode ser o que quiser. Habituei-me a ouvir a Amália cantar todo o tipo de canções, e chamavam-lhe Fado. Aceito, assim como acontece o mesmo com o Camané, a Mariza. O Fado tem de ir para além do fatalismo, das saudades,... O Fado pode juntar-nos de novo à volta de uma bandeira importante de todos os povos, a sua Cultura. Ouvi-lo cantar acompanhado de uma orquestra, mais uma vez, e do Mário Laginha faz-me pensar que é possível pegar na nossa Cultura popular e transformá-la num ponto de união. Ouvir os nossos poetas cantados, não é melhor do que deixá-los escondidos na poeira dos livros.

Antes, ainda em casa, estava a ver um apanhado da comissão parlamentar sobre o BPN. Estava a ouvir a intervenção do deputado Nuno Melo. Por momentos pensei que me tinha enganado e que quem estava a ser interrogado era o Dias Loureiro ou o Oliveira e Costa. Tamanha agressividade, só podia, pensei eu. Mas não era. Era ao governador do BP. !!!???
Ok, aceito que podia ter sido feito mais qualquer coisa na supervisão, mas...há umas semanas vi os mesmos deputados com o Oliveira e Costa e parecia uma conversa de velhos amigos a contar piadas.
É com isto que não me identifico, este populismo fácil. Parece que andam atrás de ter mais quota de mercado, e para isso vale tudo. Continuo a pensar que estão ali ao "meu" serviço. Só que não conheço as ideias, as propostas, não conheço as cedências, só conheço as palmas aos nossos e os apupos aos outros. É triste!

Voto no Camané! Voto nos Figos e até dos Cristianos Ronaldos que nos fazem deixar aquilo que estamos a fazer só para os ver representar o nosso país, a nossa cidade,... Voto naqueles que me inspirarem. Voto naqueles que me fizerem sair à rua. Voto em Portugal, voto na mudança e voto cada vez mais com mais atenção e infelizmente, com mais dificuldade.

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